Vereadores denunciam caos na educação pública de São Luís

Os vereadores Raimundo Penha (PDT), Sá Marques e Ivaldo Rodrigues – estes dois últimos do PSB – realizaram discursos na Câmara Municipal de São Luís, nesta última terça-feira, tendo como ponto central o caos que se instalou no sistema público de educação da capital maranhense.

Penha destacou que algumas escolas da rede municipal de ensino ainda continuam sem aulas.

“A UEB José Rosa, no bairro do São Bernardo, está parada sem aula à tarde há três meses. Eu estive agora na UEB Moranguinho, as aulas voltaram semana passada, com a empresa responsável pela reforma dentro da escola, porque nós estamos no mês de abril e as crianças estavam sem aulas. Do mesmo jeito a UEB Marianinha, lá no Rio Anil, até hoje as crianças estão sem aulas. Não adianta dizer que tem aula on-line porque esse sistema não funciona, a nossa realidade social e econômica não permite, e uma criança de 2 ou 3 anos não consegue ter aula on-line”, disse.

Por conta das dificuldades que alguns alunos estão enfrentando com a falta de aulas, Raimundo Penha apresentou um requerimento convidando a secretária municipal de Educação, Caroline Marques Salgado, para comparecer ao plenário da Casa Legislativa para prestar esclarecimentos sobre a situação.

A previsão é que o encontro ocorra já na próxima semana, na terça-feira (16), a partir das 9h.

Sá Marques apontou que, segundo levantamento realizado pelo Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Pública Municipal de São Luís (Sindeducação), 22 escolas da rede municipal de ensino estão fechadas, destacando que a situação é grave e precisa de intervenção imediata.

De acordo com ele, o Sindeducação realizou uma vistoria em 33 escolas e confirmou que os prédios estão com graves problemas na estrutura.

Das 33 unidades de ensino, 22 estão sem funcionar desde o início do ano. Conforme o relatório da vistoria, as unidades apresentavam entupimento nas tubulações das fossas sépticas, além da falta de água nos prédios.

O vereador afirmou que o Sindicato conhece profundamente a realidade educacional do município, a estrutura das escolas e a realidade salarial dos professores.

O parlamentar criticou a condução da secretária Caroline Salgado à frente da pasta, salientando que a mesma precisa sair mais do gabinete e conversar com os professores.

“Eu sinto, respeitosamente, que há um esvaziamento da autoridade da secretária de Educação em termos de ter que agir. Se eu pudesse, a levaria para ver de perto as condições da Educação. Com 40 anos na militância educacional, eu posso afirmar que conheço a realidade de perto”, afirmou.

“São 22 escolas que estão fechadas em um universo de 33, deixando mais de 11 mil alunos fora das salas de aula em pleno período letivo”, disse Ivaldo Rodrigues, acrescentando que isso é um desrespeito com o cidadão.

Ivaldo fez um apelo ao líder do governo na Casa, vereador Daniel Oliveira (PSD), para que cobre do prefeito Eduardo Braide (PSD) soluções urgentes para que os alunos dessas escolas da Rede Municipal de Ensino retornem às aulas.

“Este parlamento não pode fazer vista grossa”, pontuou o vereador, cobrando um posicionamento dos colegas, da Comissão de Educação da Câmara e do Ministério Público no sentido de preservar os estudantes que estão sem o acesso à educação”.

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