O vice-governador Carlos Brandão caminha para tornar-se refém de um projeto que, na sua avaliação, é dele, mas que na realidade será controlado pelo governador Flávio Dino.

Ele deixará o PSDB, sigla que comanda através do seu advogado, Pedro Chagas, para se filiar ao PSB, de Dino.

A estratégia visa atrair o PT, do ex-presidente Lula, para o campo de apoio da sua reeleição, oferecendo a legenda a vaga de vice em sua chapa.

Ocorre que o vice-governador, no ninho socialista, não terá nenhuma garantia, inclusive de possuir o aval do partido para tentar renovar o mandato.

Mesmo contando com o apoio pessoal de Flávio Dino, neste momento, Brandão não consegue decolar nas pesquisas de intenção de voto, aparecendo tecnicamente empatado ou até mesmo atrás de figuras como o senador Roberto Rocha e o ex-prefeito Edivaldo Holanda Júnior, pré-candidato do PSD ao Governo.

E a léguas de distância da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) e do senador Weverton Rocha (PDT), que lideram na preferência do eleitorado.

Paralelo a este cenário, o vice-governador também não obtém êxito no que se refere a atrair a classe política para o seu projeto de reeleição, apesar do esforço patrocinado pelo seu núcleo político – formado pelos irmãos e por políticos como Luis Fernando Silva, José Reinaldo Tavares e Rubens Pereira, por exemplo – que vem tentando cooptar deputados e prefeitos oferecendo espaços de poder na estrutura do Palácio dos Leões e recursos de novos convênios a partir do dia 02 de abril.

Filiado ao PSB, Carlos Brandão não mandará na sua própria sucessão e, tão pouco, na formação do seu futuro governo.

Dino, com o apoio na nacional peesebista (leia-se Carlos Siqueira), poderá exigir do seu vice não apenas a manutenção de comandos de Secretarias e órgãos, como também expurga-lo do processo através de uma manobra simples: não lhe dando o aval do PSB para concorrer a reeleição.

Neste cenário, já comentado nos bastidores dos Leões, Flávio Dino permaneceria no cargo até o fim do mandato para tentar eleger outro nome.

Vale lembrar que a executiva nacional do PSDB, comandada por Bruno Araújo, determinou que Brandão terá todo o apoio necessário do tucanato para tentar renovar o mandato, caso permaneça no partido.

Se sair, perderá o diretório estadual e o apoio da nacional.

Uma verdadeira sinuca de bico, esta é a verdade.