A filiação do deputado estadual Duarte Júnior ao PSB, ocorrida nesta manhã, na sede do partido, no bairro do Renascença, é um projeto elaborado pelo governador Flávio Dino com o objetivo de derrotar o prefeito Eduardo Braide (Podemos) no pleito majoritário na capital São Luís, em 2024.

Pré-candidato a deputado federal em 2022, Duarte conseguiu passar para o segundo turno da eleição do ano passado graças a estrutura financeira e logística oferecida a ele pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), que tinha a sua sobrinha, Fabiana Villar, figurando como vice do ex-presidente do Procon.

Tão logo se estabeleceu como adversário único de Braide, o deputado estadual, que já trocou de partido três vezes desde 2018, recebeu o apoio público de Dino e de alguns integrantes do seu grupo – muitos deles puxados pelo beiço.

No entanto, não foi o bastante para derrotar o candidato do Podemos, que contou com a adesão de partidos e políticos do próprio campo do Palácio dos Leões.

Dino não engoliu a derrota e, tão pouco, o posicionamento contrário de aliados seus, os quais o vice-governador Carlos Brandão (Ex-Republianos e hoje no PSDB) classificou de desertores.

Flávio Dino assumiu o comando do PSB na última terça-feira, tendo, em seguida, sido nomeado pela executiva nacional socialista para o cargo de presidente da legenda no Estado, tomando o lugar do ex-prefeito de Timon, Luciano Leitoa.

Além de organizar o partido em torno da sua pré-candidatura ao Senado, o ex-comunista mira também em outras ações de poder, sendo que uma delas é o projeto “Duarte Prefeito”.

O movimento do governador será, muito em breve, contraposto por outros agentes políticos de peso.

E um deles é o próprio Eduardo Braide, que entrará de cabeça na discussão acerca da sucessão de Dino no início do próximo ano, conforme ele mesmo já revelou.

O projeto idealizado por Flávio Dino terá reflexos na própria escolha de Braide, que almeja, em 2023, ter um aliado no Palácio dos Leões que lhe garanta parcerias institucionais para fortificar o seu trabalho, além de apoio político para o ano seguinte, quando tentará reeleger-se.