A possibilidade do presidente Michel Temer (MDB) disputar a reeleição, em outubro, não foi vista com bons olhos pelo grupo Sarney no Maranhão.

Temer admitiu a possibilidade na última sexta-feira. De acordo com ele, seria uma covardia não tentar renovar o mandato, uma vez que a sua gestão é propositiva e vem conseguindo obter êxito em alguns setores.

A ideia de Michel Temer em entrar no jogo sucessório tem muito mais a ver com uma tática de ataque e de sobrevivência política do que propriamente com vontade do presidente em continuar no poder.

Seus principais aliados partidários, o PSDB e o DEM, por exemplo, já lançaram seus pré-candidatos – Geraldo Alckmin e Rodrigo Maia, respectivamente – e não irão poupar críticas ao emedebista durante a campanha.

Colocando seu nome à disposição do eleitorado, Temer teria a oportunidade de defender-se dos ataques e tentar convencer a opinião pública sobre o seu legado positivo.

Em terras maranhenses, o projeto de reeleição do presidente incomoda a ex-governadora Roseana Sarney, que pertence ao MDB e pretende concorrer ao Palácio dos Leões.

Temer, em todas as pesquisas de intenção de voto divulgadas até o momento no estado, aparece com índices de rejeição que ultrapassam a casa dos 60%.

E Roseana e seu grupo, mesmo tendo sido beneficiados com milhões em emendas liberados pelo governo federal, não querem associar suas imagens a do desgastado presidente e, tão pouco, dividir um palanque com o mesmo.

Prova disso é que na sua primeira peregrinação por municípios maranhenses, quando visitou 30 cidades, Roseana sequer tocou no nome de Michel Temer.

Ontem, em Brasília, o presidente esteve reunido com José Sarney, um dos seus principais conselheiros.

Há quem diga que o comandante da chamada oligarquia teria orientado Michel Temer a não desembarcar no Maranhão, caso realmente decida ir para disputa.