O caso IDAC e a Operação Pegadores no governo Flávio Dino

Antônio Aragão apontou Rosângela Curado como sendo uma das principais operadoras do esquema.

As Operações Rêmora e Pegadores, 4ª e 5ª fases da Operação Sermão aos Peixes, da Polícia Federal, se complementam e revelam que, de fato, um esquema criminoso para desviar recursos públicos do setor da saúde foi instalado no governo do Maranhão.

A Rêmora foi deflagrada em junho deste ano e teve como alvo o Instituto de Desenvolvimento e Apoio à Cidadania (IDAC), organização social sem fins lucrativos que manteve contratos com várias gestões, dentre elas a do atual governador Flávio Dino (PC do B).

Dentre os presos, à época, estava o diretor do Instituto, Antônio Augusto Silva Aragão, acusado de ser o “cabeça” da engenharia criminosa que desviou dos cofres da saúde, segundo a PF, mais de R$ 18 milhões.

Ocorre que partiu do próprio Aragão, de acordo com reportagem do Jornal O Estado do Maranhão, edição de hoje, informações valiosas e consistentes que ajudaram a elaborar um dossiê que culminou com a deflagração, na semana passada, da Pegadores.

A Operação prendeu 17 pessoas e desbaratou uma quadrilha – formada por aliados políticos de Flávio Dino, apadrinhados de gente ligada ao governo comunista e representantes de empresas terceirizadas – que, de acordo com as investigações, lesou os cofres da saúde, a partir do ano de 2015, em outros R$ 18 milhões.

As informações prestadas por Antônio Aragão levaram a juíza Paula Sousa Moraes, que responde pela 1ª Vara Criminal do Maranhão, a prorrogar a prisão temporária de alguns dos envolvidos.

Dentre eles está a ex subsecretária estadual de Saúde e candidata derrotada na eleição para prefeitura de Imperatriz, Rosângela Curado.

Curado, assim como outros servidores envolvidos no esquema, foram nomeados na estrutura administrativa da Secretaria de Estado da Saúde por Flávio Dino.

Segundo revelou Aragão, a odontóloga, mesmo depois de deixar a função da SES, continuou figurando como uma das principais operadoras da fraude que envolvia o pagamento mensal de mais de 400 funcionários fantasmas.

O caso IDAC, portanto, foi o pontapé inicial para que a PF conseguisse descobrir que, na atual administração estadual, a subtração de dinheiro do erário tratou-se de uma prática concreta.

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