O deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT) manifestou-se nesta noite, através de postagem nas redes sociais, sobre um suposto crime de arapongagem que ele e o seu colega, deputado federal Márcio Jerry (PC do B), teriam sido alvos.
Jerry tratou do assunto pela manhã ao publicizar documento, endereçado ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota (Republicanos), solicitando que a Polícia Federal seja acionada para investigar supostas gravações telefônicas ilegais contra os parlamentares maranhenses.
Jerry chegou a sugerir que o sistema de Segurança Público do Estado teria sido usado com fins políticos, situação que foi negada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Rubens Júnior afirmou que foi gravado ilegalmente e que trechos do áudio, já editados e descontextualizados, têm sido utilizados politicamente.
“Fui gravado ilegalmente e trechos desse áudio têm sido utilizados, de forma editada e descontextualizada, para fins políticos. Grande parte do que vi ser publicado até agora não passa de especulação criminosa. Por isso resolvi compartilhar o que sabemos até agora. Na semana passada, fui procurado por uma repórter que disse ter acesso a uma degravação de áudio de uma conversa realizada na sede do governo do MA e teria sido objeto de perícia. Ela queria confirmar a autenticidade da conversa, mas NÃO TINHA O ÁUDIO ou a DEGRAVAÇÃO completa para mostrar. Apenas queria ler o conteúdo e que eu comentasse a partir da leitura dela. Eu insisti para que ela apresentasse o áudio ou a degravação completa para me manifestar. Ela saiu do gabinete com a promessa de que enviaria no dia seguinte, mas não o fez. Pediu apenas um pronunciamento em nota para fechar a matéria. Independentemente do conteúdo (que eu não tive acesso até agora, sequer para me defender), não podemos normalizar a arapongagem clandestina. Ela não é instrumento da política e merece ser investigada. Gravação ambiental só pode existir com AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, a pedido do Ministéexercicio do mandato, seria ilegal contra qualquer cidadão”, disse.
“O caminho legal de qualquer denúncia contra deputados, ainda que anônima, seria a Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal. São estas as instituições aptas a promoverem as investigações, inclusive eventual perícia, para evitar o uso político das polícias estaduais. Estamos diante de um cenário político delicado no Maranhão. Isso não é segredo pra ninguém. Sempre atuei como uma ponte entre os diversos campos, pautado pela ética e pela legalidade. Mas não posso me calar diante de tantos ataques que tenho sofrido, seja pela minha responsabilidade como advogado ou como deputado federal, vice-presidente nacional do PT e um dos maiores articuladores do diálogo entre os diversos campos políticos maranhenses. Diante desse cenário, para investigar o esquema ilegal de arapongagem clandestina no Maranhão, foi que oficiamos o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, pedindo que ele acionasse a Polícia Federal. Justamente por ter a consciência limpa de quem sempre agiu dentro da lei e da ética é que tenho a tranquilidade de pedir a federalização da investigação”, completou.