O deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB), em pronunciamento realizado na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 21, expos prints e áudios envolvendo políticos e outras autoridades ligadas ao ex-governador do Maranhão e atual ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, em um caso que reza sobre chantagem e influência de poder para emparedar o governador Carlos Brandão (PSB) e, desta forma, obriga-lo a cumprir supostos acordos políticos.
Na Tribuna da Casa e nas redes sociais (veja vídeo no fim do texto), Yglésio divulgou áudios do secretário executivo do Ministério do Esporte, Diego Galdino, e dos deputados federais Rubens Pereira Júnior (PT) e Márcio Jerry (PC do B) – estes dois últimos, na semana passada, afirmaram terem sido alvos de grampo telefônicos patrocinado pelo Palácio dos Leões.
O parlamentar também apresentou um print de conversa no WhatsApp na qual o desembargador federal Ney Bello, tio do deputado estadual Leandro Bello (Podemos), que integra o Bloco de Oposição na Alema, faz exigências para deixar Brandão “sentar e governar”.
As chantagens, segundo Yglésio, tem relação com o destravamento, no STF, de processo para indicação de dois conselheiros para o Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, cuja relatoria e do próprio Flávio Dino; além de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade questionando o resultado da eleição para presidência da Assembleia vencida pela deputada Iracema Vale (PSB) contra o deputado Othelino Neto (SDD) em novembro do ano passado.
Em mensagem encaminhada ao secretário de Estado da Articulação Política, Rubens Pereira, Ney Bello afirma que Brandão precisa “baixar a bola e segurar a arrogância burra dos irmãos”.

E ameaça: “Há alguns inquéritos para estourar e isso vai jogar ele na lama. Ou ele parte para contenção de danos ou ele não chega em abril”.

Em um outro trecho, o desembargador federal enumera cinco movimentos que o governador deveria fazer para se livrar dos problemas judiciais: afastar o irmão [Marcus Brandão] de TUDO que diga respeitos ao governo; entregar novamente Secretarias para o PT, que teriam outros titulares com nomes negociados; anunciar publicamente sua pré-candidatura ao Senado e que o vice-governador, Felipe Camarão (PT), será o candidato do grupo; tirar parentes do governo e compor politicamente com a base; e dizer que “não se mete na eleição da ALEMA e o STF que decida”.

Em um áudio, Diego Galdino disse que “conversou com o Flávio semana passada e aí ele conversou pessoalmente comigo e disse com essas palavras que eu vou te dizer aqui: Galdino, conversa com o Felipe, conversa com Brandão, que eu só quero conversar sobre Colinas. Eu só faço questão de Colinas. Deixa pra lá Barreirinhas, deixa pra lá as outras coisas, que se eles querem, se fizerem um gesto pra mim, conversar comigo sobre Colinas, para não ter confusão, eu só queria que mantivesse o acordo de Colinas”.
Já Márcio Jerry, no áudio divulgado por Yglésio, afirmou estar disposto a buscar uma pacificação, desde que o seu irmão, João Haroldo (PC do B), fosse o candidato de consenso para o cargo de prefeito da cidade de Colinas no pleito do ano passado.
O comunista foi derrotado por Renato Santos (MDB), aliado de Brandão.
Rubens Pereira disse que o acordo era basicamente eleger João Haroldo e fazer com que Brandão voltasse a tratar bem deputados estaduais dinistas.
Nenhum dos citados por Yglésio se manifestou até o momento.