O cancelamento do show do cantor Wesley Safadão no município de Zé Doca, ocorrido ontem (reveja), suscitou uma série de interpretações equivocadas de alguns veículos de imprensa e analistas do cenário político.
Para estes, o fato soou como um erro do Ministério Público ou ato de discriminação, uma vez que o cearense já se apresentou em outras cidades do Estado sem sofrer nenhum tipo de incômodo por parte das autoridades fiscalizadoras da aplicação dos recursos públicos.
O processo de cancelamento teve início quando a promotora de Justiça Rita de Cássia Pereira Souza, da Comarca de Zé Doca, ingressou com uma ação civil pública (reveja), após emitir recomendação para que a prefeita Josinha Cunha não gastasse R$ 700 mil com o pagamento do cachê do cantor, pedindo ao juiz de base, Marcelo Moraes Rêgo de Souza, que determinasse a suspensão do evento.
A representante do Parquet alegou que o município de Zé Doca, que é de pequeno porte, vive uma situação de caos administrativo, com políticas públicas fundamentais não sendo executadas, e que o dinheiro que seria pago à Safadão poderia ser investido objetivando amenizar esta situação precária, por exemplo.
Além disso, lembrou que, no mês passado, Josinha Cunha participou de um movimento nacional de nome “Sem FPM Não Dá”, oportunidade na qual a irmão do deputado federal Josimar de Maranhãzinho fechou as portas da Prefeitura por 24h como forma de chamar a atenção para queda de repasses do seu FPM.
Um movimento claro para justificar a não execução das políticas públicas necessárias.
O pedido de Rita de Cássia não foi atendido pelo juiz de primeiro grau (reveja), mas foi deferido por dois desembargadores – reveja e reveja – do Tribunal de Justiça do Maranhão, quais sejam Cleones Cunha e Sebastião Joaquim Lima Bonfim, que acataram as argumentações confirmando o desleixo de Josinha Cunha para com a população.
Ora, o posicionamento da promotora de Justiça, na avaliação do editor do Blog, não deveria ser exceção.
Deveria servir de exemplo no que se refere ao zelo com o dinheiro do contribuinte.
Se outros promotores de Justiça não fazem igual, é uma situação na qual todas as vertentes precisam ser analisadas.
E não se afirmar que trata-se de discriminação.
O editor do Blog não é contra a contratação de atrações nacionais por parte das Prefeituras maranhense.
No entanto, coaduna com a interpretação de Rita de Cássia quando trata-se de uma cidade comprovadamente mal administrada, como é o caso de Zé Doca, aonde o povo padece devido a inércia do governo municipal que, ao invés de trabalhar e atender as reivindicações básicas dos moradores, prefere promover a chamada política do pão e circo.