Deputados propõem intervenção federal, CPI e querem ouvir militares sobre suposto esquema de espionagem

Dez deputados estaduais assinaram nesta segunda-feira (23) requerimento protocolado pelo deputado Eduardo Braide (PMN) no qual foi solicitado que a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão convide três oficiais da Polícia Militar para prestarem informações sobre o suposto caso de espionagem à políticos patrocinado pelo governo do estado.

O suposto fichamento de lideranças políticas não aliadas do governador Flávio Dino (PC do B), que envolveria também a coleta de dados de juízes e promotores de Justiça, veio à tona na última sexta-feira (reveja) e ganhou repercussão nacional.

Alguns parlamentares que fazem oposição ao comunista também solicitaram que seja decretada intervenção federal no Maranhão em função do episódio.

Os deputados pretendem ouvir o tenente-coronel Emerson Farias, que era responsável pelo Comando do Policiamento do Interior; o tenente-coronel Antônio Markus Lima, do município de Barra do Corda; e o major Jadiel Rezende, de Caxias.

Todos eles assinaram memorandos nos quais continham determinações expressas para que os Comandos Militares de cada área promovessem o cadastramento de agentes políticos contrários ao atual governo.

As determinações contidas nos documentos foram negadas pelo secretário estadual de Segurança Pública, Jeffeson Portela, e pelo próprio Flávio Dino (reveja).

Wellington do Curso, um dos deputados que assinou o requerimento, também protocolou junto a Mesa Diretora pedido para que a União decrete intervenção federal no estado.

Ele baseou o pedido na própria Constituição Federal, que resguarda os diretos do cidadão, dentre eles o de se manifestar livremente.

Também assinaram o requerimento proposto pelo deputado do PMN Adriano Sarney (PV), Max Barros (PMB), Andrea Murad (PRP), Souza Neto (PRP), Edilázio Júnior (PSD), Josimar de Maranhãozinho (PR), Nina Melo (MDB), Graça Paz (PSDB) e Alexandre Almeida (PSDB).

Defesa – Líder do governo na Assembleia, o deputado Rogério Cafeteira (DEM) voltou a classificar o caso como uma tentativa do grupo Sarney de obter dividendos políticos através da criação de factoides contra Flávio Dino.

De acordo com ele, o governador já demonstrou claramente que não determinou a expedição de documentos solicitando o cadastramento de informações de desafetos políticos.

Para Cafeteira, a tentativa falsa de imputar a Dino um ato que ele não autorizou só demonstra o desespero da oposição com a proximidade do pleito eleitoral.

CPI – Aliado de Flávio Dino, sendo filiado ao seu PC do B, o deputado Raimundo Cutrim foi além e solicitou a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar desmandos patrocinados por Jefferson Portela no sistema de Segurança Pública.

O parlamentar classificou o atual secretário como desequilibrado e irresponsável e afirmou que as diversas denúncias surgidas na sua gestão – dentre elas o caso de espionagem e um suposto pedido feito por Portela a um policial militar para que ele o incriminasse em um esquema que desbaratou um grupo de milicianos que atuava no estado – são suficientes para que a Assembleia o investigue.

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