Cenário político/partidário enfraquece projeto de Flávio Dino

Dino quer Lula, mas o seu partido já lançou pré-candidatura própria.

Jogando pesado no quesito cooptação de aliados (reveja) com o objetivo de fortalecer o seu projeto de reeleição, em 2018, o governador Flávio Dino iniciou a semana enxergando cristalinamente um novo cenário político/partidário que em nada lhe favorece.

Ontem, a direção nacional do PC do B, partido de Dino, anunciou oficialmente o nome da deputada estadual gaúcha, Manuela D´Ávilla, como pré-candidata da sigla à Presidência da República.

A decisão da executiva nacional comunista vai de encontro ao desejo de Flávio Dino que, em setembro, durante ato político em São Luís, declarou publicamente apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT – reveja.

Dino foi o único governador eleito pelo PC do B em 2014. Caso os comunistas mantenham o nome de Manuela como presidenciável, o atual inquilino do Palácio dos Leões não poderá mais surfar na onda de popularidade que Lula mantém no Maranhão e será obrigado a dar palanque para sua companheira de partido, que é totalmente desconhecida no estado.

Paralelo a isso, petistas maranhenses que não rezam na cartilha do governador, com o anúncio do nome da parlamentar gaúcha, já começaram a emitir os primeiros sinais de uma ruptura definitiva com o projeto de Dino.

Foi o que apontou o professor universitário e militante petista, Nonato Chocolate, em entrevista ao blog do Robert Lobato.

Segundo Chocolate, o fato do PC do B decidir por um projeto próprio no plano nacional desobriga o PT a marchar com os comunistas no estado.

Chocolate integra a ala da sigla desprestigiada na gestão de Dino, que tem como principal aliado o presidente do diretório estadual e seu assessor especial, Augusto Lobato.

Como se não bastasse o imbróglio envolvendo a relação PTxPC do B, Flávio Dino terá que conviver com outras perdas.

É praticamente certo que nos próximos dias a executiva nacional do PSDB retire o vice-governador Carlos Brandão do comando do diretório estadual e o entregue ao senador Roberto Rocha – reveja.

Outro grande partido que também poderá deixar a base de apoio do governador é o PSB, hoje comandado no estado pelo prefeito de Timon, Luciano Leitoa.

A convenção nacional dos socialistas está marcada para o início de 2018. Caso o vice-governador de São Paulo, Márcio França, seja eleito para o cargo de presidente, a legenda deixará o ninho comunista e desembarcará no colo de Roberto Rocha.

Sem falar que Flávio Dino ainda não conseguiu resolver o quebra-cabeça que envolve o apoio de outras legendas, como o PPS e o DEM, ao seu projeto de reeleição.

Portanto, o governador iniciou a semana visualizando um cenário político/partidário que lhe desfavorece totalmente.

E terá muito trabalho para desenvolver uma engenharia que consiga desatar esse nó.

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