Deputados mostram desinteresse por CPI da Saúde

Deputados da oposição e os que integram o chamado bloco independente na Assembleia Legislativa mostram, pelo menos por enquanto, pouco interesse na proposta de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar irregularidades em contratos firmados entre o governo do estado e entidades privadas que utilizaram recursos públicos para administrar unidades de saúde no Maranhão.

A CPI foi sugerida pelo deputado Wellington do Curso (PP), que já iniciou o trabalho de preparação do requerimento pedindo a sua criação. Caso o requerimento seja aprovado, o parlamentar partirá para a coleta de assinaturas – são necessárias 14 para que a Comissão seja instalada.

Nesta terça-feira (13), um dia após Wellington anunciar a proposta de criação da Comissão, nenhum deputado se manifestou favorável ou não. Nem aqueles que são críticos ferrenhos do governador Flávio Dino (PC do B), como são os casos de  Eduardo Braide (PMN), Andréa Murad (PMDB) e Sousa Neto (PROS), por exemplo.

A proposição de Wellington faz-se necessária, uma vez que o inquérito da Operação Rêmora, conduzida pela Polícia Federal, aponta que contratos suspeitos com Instituto de Desenvolvimento e Apoio à Cidadania (IDAC) foram celebrados nos governos Jackson Lago (já falecido), Roseana Sarney e Flávio Dino.

O próprio do Curso deixou claro que a CPI não irá mirar apenas no IDAC, mas também em outras entidades que administraram unidades de saúde no estado utilizando verbas públicas.

“Não trata-se apenas de investigar governo a, b ou c. Não queremos politizar o assunto. Queremos investigar contratos celebrados e que apresentam indícios de desvio de recursos públicos, segundo já anunciou a própria Polícia Federal”, pontou o parlamentar.

Primeira CPI nasceu morta – Em 2015, um movimento encabeçado por deputados da base de apoio do governo ensaiou a instalação de uma CPI para investigar contratos firmados na gestão do ex-secretário estadual de Saúde, Ricardo Murad.

Vinte e nove assinaturas foram colhidas e a Comissão seria instalada de forma tranquila.

No entanto, ocorreu um recuo em massa. À época, informações de bastidores revelaram que deputados de várias correntes chegaram a um entendimento e avaliaram ser muito mais pertinente não provocar Murad.

Eles temiam que durante as investigações o ex-secretário resolvesse denunciar o envolvimento de parlamentares no jogo da contratação de entidades para gerir unidades de saúde.

Resultado: a CPI morreu no nascedouro.

Agora, é aguardar e conferir se os deputados estaduais irão, ou não, aprovar a nova CPI da Saúde proposta por Welligton do Curso.

O editor do blog, de imediata, dá um palpite: NÃO!

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