Secretário sugere que Bardal e outros investigados representam PCC no Maranhão

O secretário estadual de Segurança Pública, Jefferson Portela, sugeriu, em entrevista coletiva concedida ontem, que o delegado da Polícia Civil Tiago Mattos Bardal e outros investigados em um inquérito que apura a ação de um grupo de milicianos no estado – caso, este, que tornou-se público no primeiro semestre deste ano – representam no Maranhão um braço do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que nasceu em São Paulo e que, hoje, possui núcleos em várias capitais.

“Hoje, o núcleo operacional do PCC no Norte e Nordeste está no Ceará. Esse grupo criminoso age como uma empresa. Na campanha de 2016, elegeu mais de 30 prefeitos [não revelou as cidades]. Opera como empresa através do disfarce de comprar hotéis, supermercados e locadoras de veículos. Identificamos relação daquele grupinho [Bardal e demais investigados] preso por contrabando com 30 empresas suspeitas do estado do Ceará. Sabe qual o cheiro disso? Cheiro de PCC”, afirmou.

A entrevista na qual Portela fez o comentário foi convocada, na verdade, para fazer um balanço dos trabalhos policiais desenvolvidos com o objetivo de capturar uma quadrilha de criminosos que, no último domingo, assaltou a agência do Banco do Brasil da cidade de Bacabal.

Tiago Bardal; o investigador de polícia João Batista de Sousa Marques; e advogados Werther Ferraz Junior e Ary Cortez Prado Junior foram presos, hoje, acusados de se associarem a uma organização com o objetivo de extorquir grupos criminosos, recebendo parte do apurado em assaltos a bancos e fazendo a proteção das quadrilhas, mediante o recebimento de propina.

As práticas vinham acontecendo desde 2015, quando Tiago Bardal assumiu o comando da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).

Os policiais, segundo o secretário, recebiam cerca de R$ 100 mil por assalto realizado e cobravam, ainda, para evitar a prisão de líderes das organizações criminosas. A cobrança era feita por intermédio dos advogados detidos.

Bardal detido no mês de fevereiro acusado de integrar uma quadrilha de milicianos, que também era composta por políticos e policiais militares, que operava fazendo o transporte e segurança de mercadorias contrabandeadas, drogas, armas e munições.

O delegado foi solto em maio beneficiado por uma decisão do desembargador Josemar Lopes Santos, do Tribunal de Justiça do Maranhão, e continuava afastado de suas funções.

O inquérito contra Bardal no caso da milícia tramita na Justiça Federal.

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