A correção de Zé Reinaldo e a visão míope do PSDB maranhense

Por qualquer ângulo que se analise, é cristalino constatar a visão míope que o PSDB do Maranhão possui em relação ao pleito majoritário de outubro.

Controlado pelo senador Roberto Rocha e pelo ex-prefeito Sebastião Madeira, que conseguiram defenestrar o vice-governador Carlos Brandão do cargo de presidente, o partido, na concepção dos dois políticos, deve pregar a renovação política e novas práticas administrativas totalmente diferentes das que estão em vigor no estado.

No entanto, Rocha e Madeira, pré-candidatos ao governo do estado e ao cargo de deputado federal, respectivamente, desprezam a união do campo oposicionista em torno de um projeto que possa dificultar a vida do governador Flávio Dino (PC do B), evitando, desta forma, que o comunista liquide a fatura no primeiro turno.

É justamente isso que o deputado federal José Reinaldo Tavares, filiado à sigla recentemente, vem pregando e os dois tucanos não conseguem enxergar – ou não querem.

Quando defende a entrada do deputado estadual Eduardo Braide (PMN) na disputa governamental, Zé Reinaldo aponta para uma terceira via que pode ser o agente fiel da balança.

Braide é um terceiro colocado em todas as pesquisas de intenção de voto divulgadas até o momento.

Possui rejeição quase zero, o que lhe dá amplas chances de crescer, caso tenha o mínimo de estrutura partidária e recursos financeiros.

Soma-se a isso o poderia de Roseana Sarney, do MDB, e a participação de outros pré-candidatos que ainda não conseguiram atingir dois dígitos, como Maura Jorge (PSL), Ricardo Murad (PRP) e o próprio Roberto Rocha, a eleição, inevitavelmente, será decidida no segundo turno.

Zé Reinaldo quando defende publicamente o nome de Braide, sustentando a tese de que o presidenciável tucano Geraldo Alckmin terá dois palanques fortes no Maranhão – o do deputado e o de Rocha – não o faz de forma maldosa ou leviana.

O ex-governador se filiou ao PSDB pelas mãos do próprio Alckmin, presidente nacional da legenda, que gostou da ideia do palanque duplo e de ter Zé Reinaldo como representante tucano na disputa para o Senado.

Roberto Rocha e Sebastião Madeira sabiam disso.

Portanto, ameaçar Zé Reinaldo afirmando que ele pode perder a condição de pré-candidato à Câmara Alta, caso continue sustentando o nome de Eduardo Braide, é, no mínimo, uma covardia, uma vez que a dupla não age da mesma maneira quando o assunto é o deputado federal Waldir Maranhão, que ingressou no tucanato sabendo que o partido já possuía seus pré-candidatos senatoriais definidos e, mesmo assim, continua alardeando para os quatro cantos do estado que é pré-candidato para o mesmo cargo.

Mais do que covardia, trata-se de um ato de quem não enxerga o jogo político como deve ser jogado – seja por ignorância, seja por interesses nada republicanos.

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