“Estamos em busca de uma candidata à presidência da OAB/MA”, afirma Charles Dias

Em 2015, ele foi um dos principais articuladores de uma coalização de forças que resultou na vitória do jovem Thiago Diaz para presidência da seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MA).

Hoje, passados quase três anos, o advogado criminalista e conselheiro federal, Charles Dias, movimenta-se, juntamente com o seu grupo, no sentido de escolher uma mulher que os represente na eleição de outubro que definirá o novo comando da entidade para o próximo triênio.

“Estamos em busca de uma candidata à presidência”, afirmou o conselheiro em entrevista exclusiva ao Blog do Glaucio Ericeira.

No bate-papo, Charles Dias deixou claro o posicionamento do grupo do qual faz parte – formado por dezenas de advogados e advogadas; conselheiros estaduais; e pelos conselheiros federais Luís Augusto de Miranda Guterres Filho e José Agenor Dourado – em ter candidatura própria na disputa.

Porém, não descartou uma composição com outras forças que buscam a vitória e até mesmo lançar-se candidato, caso este seja o desejo da maioria.

O experiente conselheiro federal ratificou, mais uma vez, sua total desaprovação ao projeto de reeleição de Thiago Diaz, a quem classificou de imaturo e que não soube compreender a dimensão do cargo para o qual foi eleito.

Abaixo, confira a entrevista.

Hoje, qual o posicionamento do seu grupo em relação ao pleito para o comando da OAB/MA?

“Nós entendemos que a OAB precisa ter nas próximas eleições uma composição de chapa que contemple o seu quadro social. Ou seja, que cada segmento dentro do seu quadro social, dos seus inscritos, esteja representado. Sobretudo, a questão da mulher. A mulher advogada é praticamente 50% da categoria no estado do Maranhão. Todavia, este percentual nunca esteve representado em nenhuma chapa. Nós estamos em busca de uma candidata à presidência da OAB. A nossa defesa, a defesa do nosso grupo é que tenhamos uma candidata que possa fazer esse resgate de representatividade da Ordem e que a chapa seja composta não apenas por esta candidata, mas também por pessoas que, dentro da estrutura de poder da entidade, tenham capacidade de decisão”.

O senhor pode vir a lançar seu nome como candidato à presidência?

“Nossa intenção, nosso objetivo é encontrar esta candidata. Nosso grupo tem pedido que eu seja candidato, até por conta do trabalho que realizo no Conselho Federal. Mas eu não pretendo disputar a eleição e não tenho nenhuma intenção e nem desejo pessoal neste sentido. Se o grupo entender que desenvolvi um bom trabalho, minha intenção é disputar a reeleição para conselheiro federal. Claro que não posso impor esta condição, mas se o grupo entender neste sentido, ficarei muito satisfeito. Como disse, estamos em busca desta candidata que dê representatividade as mulheres advogadas. Porém, caso não encontremos e o grupo indique meu nome, irei me submeter à vontade da maioria. Agora, não é este o meu desejo. Até porque existem projetos de interesse da advocacia do estado e a nível nacional que tramitam em Brasília e que estão sendo conduzidos por mim no Conselho Federal, na condição de procurador nacional de Defesa das Prerrogativas”.

Sobre composições…o seu grupo está disposto a fazê-las ou não?

“Em política, não se fecha portas. Todos os nomes postos até o momento, e que preencham os requisitos para serem candidatos, são legítimos. Nós estamos abertos às conversações; a aceitar apoios para candidatura do nosso grupo; a prestar apoio para uma candidatura que, de fato, atenda aos anseios da categoria. Nosso projeto não é pessoal. É um projeto para a advocacia do estado. Continuamos a defender o fim da reeleição para o cargo de presidente. Em um segundo momento, podemos até avançar para cargos da diretoria”.

O senhor colocou-se, recentemente, no campo da oposição ao atual presidente da Ordem. Na sua avaliação, onde Thiago Diaz errou?

“Thiago Diaz, na minha avaliação, não compreendeu a dimensão do cargo de presidente da Ordem. Até hoje, ele não compreende o que é ser presidente da Ordem; o que representa a entidade para os advogados; o papel da OAB no contexto social e político. Esta foi a nossa decepção. Imagino que a imaturidade; o conhecimento de Ordem, que ele não tem nenhum, contribuíram para esta situação. A OAB, na gestão dele, não discutiu as grandes questões de interesse da categoria. Faltou representatividade”.

Você se arrepende de ter apoiado Thiago Diaz?

“Olha, não tínhamos como saber, no momento que fizemos a união, que haveria esta situação. Nós tiramos uma experiência, um aprendizado sobre os erros cometidos para que não voltemos a errar no futuro. Nós não o apoiaremos, isso é um fato”.

O senhor avalia que a péssima gestão do Thiago pode acabar manchando a imagem dos jovens advogados?

“Nós não podemos punir a juventude por conta da imaturidade do Thiago. A juventude tem se mostrado forte, pujante, pragmática. Temos exemplos de vários jovens advogados que estão realizando um grande trabalho. Thiago se apresentava com este perfil, mas foi uma grande decepção. Em contrapartida, Chico Lucas, no Piauí, que é mais jovem do que o Thiago, tem 92% de aprovação, por exemplo. Então, não podemos e não iremos penalizar a juventude pelo erro de um. Defendemos, inclusive, que o jovem advogado tenha uma participação mais efetiva na Ordem”.

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