Deputados da base governista na Assembleia Legislativa, seguindo orientação do Palácio dos Leões, movimentam-se no sentido de garantir controle absoluto sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito que, caso seja instalada, irá investigar contratos firmados pela gestão estadual com entidade privadas que administraram unidades de saúde no Maranhão.
A instalação da CPI da Saúde foi proposta pelo deputado Wellington do Curso (PP), que já iniciou o trabalho de recolhimento de assinaturas para instalá-la – são necessárias 14, no mínimo.
O objetivo da Comissão, segundo Do Curso, é investigar contratos firmados, pelo menos, nos três últimos governos – Jackson Lago, Roseana Sarney e Flávio Dino – e que resultaram, segundo investigações da Polícia Federal, no desvio de cerca de R$ 1 bilhão dos cofres da saúde.
Ocorre que os governistas, que são maioria no Plenário, só deixarão que a CPI seja realmente instalada com a garantia de que os principais cargos – presidência e relatoria – sejam ocupados por integrantes do seu grupo.
A ideia é evitar desgaste para o governo, não deixando, desta forma, que os trabalhos ganhem ares políticos, segundo a avaliação dos parlamentares.
Antes aliado, Wellington do Curso hoje tem posição crítica em relação ao governador.
Até o momento, o nome do deputado Bira do Pindaré (PSB) desponta como favorito para ser indicado pela maioria para cargo de presidente da possível CPI.
Ontem, inclusive, o parlamentar socialista anunciou que irá assinar o pedido de instalação da Comissão.
Mesmo não estando lá muito satisfeito com o governo, Pindaré é amigo pessoal de Flávio Dino e dispensa ao governador fidelidade canina.
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